terça-feira, 8 de junho de 2010

Genética - o mal do século, desde que se sabe que ela existe

Temos sempre duas preocupações quando engravidamos:

1- Tomar todos os cuidados necessários pra que a gestação seja super saudável (isso inclui comer gororobas verdáceas com jeito de alpiste das quais você passa longe quando está em sã consciência e sem segundos seres habitando seu organismo, fora os micróbios, bactérias e vírus de praxe);

2- Pensar no resto da vida pós-útero, quando o grilo passa a ser a carga genética - tudo aquilo que ele vai herdar da mãe e do pai... E dos avós, tios, bisavós, primos distantes e vizinhos que têm uma descarga de privada tão forte que até passa mensagens pela parede do quartinho.

Precauções tomadas com relação a tudo de que é possível preservar o perdigoto durante a gravidez, a gente decidiu se munir do resto, até porque o teto aqui é bem de vidro. Casal ateu que bate no peito, Ismael e eu aceitamos uma invasão de xamãs e santos pretos quando o Isminha nasceu. O berço dele é ornado por presentes das mais diversas religiões - do mezuzá judeu e fitinhas do Nosso Senhor do Bonfim que amarramos em absolutamente todas as ripas da grade de proteção às figas, broches de olho e colares de pedras energizadas. Sim, porque na nossa cabeceira de casal pode faltar crença e harmonia, mas nessa casa ninguém peca (óia o resquício da catoliquice ítalo-espanhola aí, gente!) por omitir proteção ao filho. Até porque, convenhamos, tudo é boa intenção de quem faz a oferenda - e ainda tô esperando me darem um vuduzinho do bem pra completar a coleção. Alguém se habilita?

Ok, papel cumprido, resta aquilo de que nada nem ninguém salva uma criatura: os gens. Genética é uma coisa maravilhosa quando se aplica a ervilhas, bezerros clonados e testes de paternidade. Mas quando o assunto é filho, são outros quinhentos: genética dá um cagaço da porra. Analisem comigo, amigos:

- Família materna: vovó, sortuda, morreu de câncer no cérebro aos 5o e poucos - e se safou do Alzheimer, ataque cardíaco ou derrame que dizimaram, em números lindamente equilibrados, o resto da família;
- Família paterna: bando de nêgo forte da porra, graças à boa genética ou a todos os amuletos que olham pelo sono do nosso pequeno, mas com loucurinhas à flor da pele que deixam a gente de cabelo em pé;
- Pontos fortes: duas bisavós ainda vivas, que no máximo têm dores nos ossos e leve surdez (bem seletiva, diga-se de passagem, porque quando alguém oferece uma cervejinha, a que tá surdinha ouve muito bem, obrigada - e a outra não bebe porque o irmão caçula era alcoólatra, morreu em briga de bar na década de 60 e birita é coisa do mal. Guess who? A Espanhola, claro).

Ok, estou pensando muito longe. Então vamos ao que é perigo iminente: a bronquite. Histórico: minha mãe sofreu do mal dos 4 aos 50 e poucos anos, apesar de minha vó ter feito a varredura de benzedeiras e médicos de fato, em todo o estado de São Paulo e de Minas Gerais, pra resolver o problema. Nada salvou a mocinha das crises de falta de ar, inalações constantes e cabelos sujos porque "não pode lavar a cabeça, coitada - é doentinha". Daí vim eu, com saúde perfeita até os 2 anos, pra depois derrocar em sérias crises de bronquite que deixavam a família toda acordada à noite, até eu completar as 14 primaveras (e já espero a volta da desgraça, que minha mãe disse que vem depois dos 40, apesar do longo período de calmaria). Pra completar o casamento perfeito, Sir Ismael de Araujo, o maridão, sofre até hoje de bronquite E asma - e nossa casa é um antro de inaladores, bombinhas, remédios roxos que mais parecem disco voador e assim por diante. Vale tudo na batalha pra salvar os pulmões do mágico, que já têm só uns 60% de capacidade, após três pneumonias de desmaiar na porta do hospital.

Ou seja, toda vez que ouço o peitinho do nosso pequeno roncar, penso que pronto, chegou a hora. E até agora foi alarme falso. Amamentei até ele dizer chega (e dizem que isso é meio caminho andando pra criança escapar de alergias, bronquites e afins), mas ainda não me convenço de que a genética possa ser vencida. Pelo menos em alguns casos. E agora sinto o ainda mais pequeno (sic, sic, sic!) dando suas piruetas na minha barriga. Ops, ando muito com a cabeça no que já corre de cá pra lá - o que será que espera esse que ainda nem viu a cara do mundo? Bronquite, asma, joanetes, esclerose múltipla aos 90, hérnia de disco, pedra nos riiiiins? Cala a boca e vai dormir, mãe. Pra começo de história, ele precisa que você descanse.

5 comentários:

  1. Esqueceu de falar da carga genética positiva.
    O Isminha e o irmãozinho perdigoto receberão toda a carga genética de inteligência, caráter, talento e muito mais da Mama e do Gran Bastard!
    Relaxa, se rolar uma bronquite, levamos a galera pra natação. Comigo funcionou!

    Beijo Bi

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  2. Fecho com o Marcel e disponibilizo a piscina do tio Lester (uhuuuuu farra da zanattaiada outra vez). Vai Bi... O lado positivo bate de longe tudo isso. Podem herdar bom humor, talento para escrever, desenhar, fazer mágica e pintar o sete, teimosia – o forte da família, inteligência, etc... Quanto às bronquites, asmas, tosses e afins, relaxa... Depois te ajudo a fazer com aquela receita maluca da tia Anita que misturava ovo de pata de molho em suco de limão por três dias, com leite condensado, elixir de sei lá o que e mais algumas ervas e que, para facilitar a ingestão, ainda levava o nome de “garrafada”. Bi, se você e tua mama sobreviveram a isso, fica em paz. Não há carga genética alguma que ponha em risco teus descendentes. Beijosssssssssssssssssss

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  3. Pra tudo se dá um jeitinho. Sei que, com saúde não se brinca, mas essa é uma preocupação tão, mas tão de mãe, que até parece que você tá grávida!
    Ok, não sei fazer piada, não sei cortar cabelo, mas ainda sou uma ótima companhia! -bora todo mundo pra piscina-
    Bianca, minha flor, preocupações existem, mas não se esqueça que você tem um arma poderosíssima, que alivia qualquer sintoma de qualquer coisa: colinho de mãe.
    Desabafa tudo mesmo aqui no blog, choraminga, me liga de madrugada pra conversar... é bom pra exorcisar os medos e angústias.

    Eu também tomei ovo de pata com leite condensado e biotônico, e ó... tô aqui, linda e parruda. hahahaha

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  4. Hhahahah os comentários são demais tbm...
    To viciada nesse Bolg!

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  5. Então, especialmente proceis, aqui vão as heranças positivas que já se manifestam no pequeno ISMINHA:
    1- Gosta de pipoca e camembert (gens maternos);
    2- Faz cara de mau embaixo do gorrinho quando não vai com a cara de alguém (gens paternos).
    Demorei, mas voltei! Beijos esmagados em vocês!

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