sábado, 4 de setembro de 2010

IN NATURA

Dos pequenos momentos que fazem a vida valer a pena.

Erramos - Da Redação: nessas situações, é delicadíssimo usar a palavra "pequeno", mesmo que não tenha absolutamente nenhum trocadalho do carilho ou má intenção por parte da mãe aqui. Desculpa, filho. Troquem "pequenos momentos" por "bons momentos", por favor. Não quero pagar terapia vitalícia!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Os 8 meses e o SPAM


Tem hora que meu estômago vira. Aos 8 meses de gravidez, tenho cada vez menos SACO pro mundo. O pouco que tenho reservo pra quem merece – meu marido, que deu pra reclamar por hooooras da empregada que vê novela na TV da sala e come todo o doce de leite do pote, ou de mim, quando deixo de ir ao caixa automático do banco às oito da noite pra ir às oito da manhã (como se isso fizesse qual-quer diferença, em termos práticos, para qual-quer transação que precise ser feita – afinal o banco só abrirá às dez, faça chuva ou faça sol, É OU NÃO É?!); meu pequeno filho, cujos nem 2 anos de vida ainda lhe dão o direito de deitar e rolar sobre meu cansaço e minha irritação de gestante sem ar até a beira da meia-noite; e minha avó, que me atira farpas diárias de espanholice – seja porque eu faço tudo errado, seja porque tudo na vida tem um lado triste e ruim (e é esse que ela vê quando você conta qualquer novidade), seja porque ela insiste em te fazer mudar de ideia com relação a assuntos que são vitais e já estão mais do que decididos.

Pois bem, eles merecem, então eu respiro fundo e, Dios mio, não perco a ternura. E a mim já parece paciência suficiente, visto que tenho me movido como uma lontra gorda até pra mudar de posição na cama e sentido dores lancinantes nas costas toda vez que pego meu filho no colo ou luto pra colocar a coleira no Domingos, the fuckin’ mad dog; visto que tenho trabalhado em dobro pra poder ter ao menos uns dias de “tranqüilidade” pra cuidar de tudo que precisa ser cuidado antes da chegada do caçula; visto que todos os poréns das nossas vidas continuam pairando na cabeça e fazendo um peso filho da puta, sem que no entanto eu consiga tomar resoluções – e assim vou perdendo espaço pro tempo, pro silêncio, pros sem-noção e pra quem parece ter ainda menos paciência que eu.

Então não me venham falar merda. Não me tragam mais problemas e MUITO MENOS mensagenzinhas subliminares que falem de respeito ao ser humano, olhar para o próximo e o caralho. MUITO MENOS se tais mensagens vierem de gente que, eu bem sei, passa por cima do ser humano como se fosse COCÔ quando o assunto é o próprio umbigo (remodelado ou não). Deleto e ainda classifico como SPAM. Mirem que genial, by Wikipédia: “O termo Spam, abreviação em inglês de “spiced ham” (presunto condimentado), é uma mensagem eletrônica não-solicitada enviada em massa. Na sua forma mais popular, um spam consiste numa mensagem de correio eletrônico com fins publicitários. O termo spam, no entanto, pode ser aplicado a mensagens enviadas por outros meios e em outras situações até modestas. Geralmente os spams têm caráter apelativo e na grande maioria das vezes são incômodos e inconvenientes.”

Por essas e outras é que eu adoro a Wikipédia. E por essas e outras, no pré e no pós-parto, é que pretendo levar o conceito de SPAM às últimas consequências, na minha caixa de e-mails e na VIDA. Se me incomoda e me é inconveniente, VAI PRA PORRA DA LATA DE LIXO, sem dó nem compaixão. Porque de boas intenções o inferno tá cheio – e o meu já tá rolando na terra mesmo, em plena luz do dia, durante os anos que deveriam ser os melhores, pra todos os efeitos e apesar de tudo. Então me poupem os ouvidos e o estômago, se quiserem ser poupados da foice da rainha vermelha, ainda mais em tempos de erupção. E cortem-lhe a cabeça!