"Être chez quelqu'un" é estar na casa de alguém. Aqui você está "chez la maman": na casa da mamãe, com o perdão do "la" para os preciosistas da gramática francesa. Dicas de uma mãe que arrisca e nem sempre petisca - mas tenta, sem medo de ser feliz; depoimentos sobre o dia-a-dia de dois moleques que enchem a casa de um barulhinho muito bom; desabafos de uma mulher que tá aprendendo a merecer o título. E receitinhas e pequenas descobertas do mundo que deixam, desde sempre, a vida mais gostosa.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
O paquiderme que queria ser mãe. Ops, pai. Mãe. Pai. Hã?
SESSÃO VIDEOTECA DA MULHER GRÁVIDA
Júnior
Categoria: comédia besta, besta
País/ano: EUA, 1994
Duração: 109 minutos
Dei uma única risada vendo o filme. Uma. Mas isso não quer dizer que a comediazinha não funcione – eu que sou uma grávida um tanto mal-humorada, além de não ter paciência, com ou sem barriga, para a sempre péssima atuação do brutamontes Arnold Schwarzenegger (ele também, com ou sem barriga). Como em todo papel da carreira do cara, de cabo a rabo e sem exceções, ele está inexpressivo, monótono e um ótimo mau ator. Mas jaz aí parte da graça se a gente prestar atenção em Júnior só como peça cinematográfica: qual o segredo desse austríaco de sorriso mole pra ficar podre de rico fazendo uma coisa que ele simplesmente não sabe fazer?! Mistério.
Fora isso, o passatempo é simpático e tem seus momentos. O enredo não exige um raciocínio científico lá muito desenvolvido – um doutor bizarróide, personagem de Schwarzenegger, cria um remédio chamado Engravidol para ajudar as mulheres que não conseguem ter filhos naturalmente. Ainda em fase de testes nos delirantes chimpanzés – que, mais uma vez, têm uma atuação muito superior à do nosso astro musculoso –, a substância é rejeitada pelo controle de qualidade. Daí, com ajuda de outro médico, interpretado por Danny DeVito, ele resolve provar a eficácia do Engravidol testando-o em si mesmo. Pronto, circo armado.
Altamente recomendável à futura mamãe que desenvolveu um espírito vingativo e esconjura o sexo masculino sempre que o maridão esquece que ela tá grávida, pedindo pra andar depressa ou prestar mais atenção pra não quebrar tantos copos. Apaputaquepariu, né? Pois o doutor bizarróide passa por todos os perrengues da gravidez, desde os primeiros enjôos matinais e crises de choro por causa de comerciais de TV até os chutes, as dores nas costas, a busca interminável e exaustiva por uma posição confortável pra dormir e os horrores do trabalho de parto. Quer se vingar mesmo? Faz seu marido assistir ao filme com você. Talvez ele consiga entender um pouco melhor sua condição de ogra pesada, lerda e desastrada se for pra ver o ídolo exterminador do futuro fazer caras e bocas em um papel “sensível” – ou pelo menos tentar.
Tem também outro detalhe que merece atenção, desta vez por ser simplesmente ASSUSTADOR: a certa altura da trama, nosso gravidinho vai parar num lugar que eu nunca imaginei que existisse na face da Terra. Mas como estamos falando dos Estados Unidos, claro que é possível – afinal, este é o maravilhoso país dos MMs – Michael Jackson, Mickey Mouse e Mulheres Mongas. E só mesmo lá poderia haver um RETIRO para grávidas. Mas a coisa é mais grave do que se imagina. A “clínica”, igualzinha a um asilo de luxo, é alegre, florida e cheia de mulheres vestidas de cor-de-rosa. Medo. Lá as grávidas acordam, tomam café em grupo, fazem exercícios ao ar livre, trocam experiências, aprendem a colocar fraldas em bonecas, dar banho e os cambau. A idéia pode parecer bacana para algumas, mas pra mim é amedrontadora.
E cadê os maridos ou companheiros nessa brincadeira? Francamente, eu não sei. Foram viajar e deixaram suas mulheres lá pra que não ficassem sozinhas, não agüentavam mais ouvir o chororô delas ou simplesmente sumiram no mundo. A única coisa que sei, isso sim, é que eu daria um nó no pinto do meu se ele sugerisse me internar nessa casa do capeta. Porque já basta estar grávida – imagine então estar grávida e ter que suportar 40 outras mulheres histéricas na mesma situação que você, rodeada por poltronas de tafetá rosa, tendo que tomar chá e falar de gases e nomes de bebê com elas to-do-san-to-di-a? Juro que se eu acreditasse em inferno, essa seria a imagem perfeita do meu.
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Hahahaha muito bom.
ResponderExcluirPrincipalmente a parte do INFERNO PERFEITO.
Se os homens não aguentam suas mulheres histéricas, imagine as mulheres aguentando outras histéricas. hahahaha
Muito bom!
De todos filmes com histórias ruins que eu assisti (que não foram poucos), esse é um dos mais malas.
ResponderExcluirMiss Fu: lembra aquela história de "o inferno são os outros"? E o nosso umbigo pega fogo!
ResponderExcluirGuga: aberta a temporada de filmes com histórias ruins. Em breve vem mais. Mas juro que tb vou falar dos bons.